Thursday, September 27, 2012

A PESQUISA COMO PRINCÍPIO ACADÊMICO

Ao final de minha primeira aula na disciplina “Metodologia do processo científico”, me flagrei surpreendida pelo tema do trabalho a ser entregue na próxima aula: A Pesquisa como Princípio Acadêmico”. Qual o motivo da minha surpresa? Ora, a pesquisa está nas raízes de toda e qualquer atividade academica que se preze, seja ela cientifica ou não. Do contrário, nao há producão acadêmica, mas sim achismos que são tao daninhos à sociedade quanto o vírus de alguma nova gripe. Foi graças a achismos que a humanidade cometeu barbárias como a queima de cientistas nas fogueiras da inquisição - baseado na crença de que a prática de ciência era, na verdade, a prática de magia negra; a escravidão dos negros africanos - baseada na crença de que negros eram uma raça inferior; e o holocausto -sob a alegativa de que os arianos eram uma raça pura e que judeus deveriam ser exterminados da face da terra. O advento da pesquisa trouxe à sociedade uma clareza de ideias e uma série de parâmetros que possibilitam atualmente que vejamos como atrocidades atos que no passado eram considerados normais. A prática da pesquiza também nos habilitou de uma visão mais crítica que nos permite questionar opiniões e recusar dogmas. A pura e simples opinião de um é não mais aceita como verdade absoluta, ela presisa ser embasada com dados precisos, fruto de extensa e criteriosa pesquisa. A sociedade, para seu próprio bem, está aprendendo a valorizar a pesquisa como pré-requisito para a aceitação de um trabalho acadêmico, por exemplo. No âmbito científico, pesquisar é fundamental. Não há ciência sem pesquisa. De fato, o Merriam-Webster Online Dictionary define ciência por “sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas”. Portanto, o ato de pesquisar é intrísseco à prática de ciência, seja ela no meio universitário, nas escolas médias ou mesmo nas elementares. Nas ciências sociais, pesquisar é não menos importante. Visto que é absolutamente indispensável o conhecimento de culturas antepassadas para um melhor entendimento do presente, áreas como História, Geografia, Filosofia e Ciências políticas entre outras, tem na pesquisa a sua principal fonte de trabalho, aliando à ela as análises detalhadas de seus pesquisadores. É interessante ressaltar que nossos acadêmicos são chamados “pesquisadores”, revelando em sua própria denominação a natureza de seu trabalho de pesquisa. Onde está, então, a ferida? Por que tocar num tópico cuja importância é tão óbvia? Ao dissertar sobre o tema, percebi que meu foco foi o ambiente universitário, onde a pesquisa é amplamente utilizada como princípio acadêmico. Mas o que podemos dizer sobre os níveis elementar e médio das escolas brasileiras? Será que nossos alunos secundaristas utilizam a pesquisa como princípio acadêmico? Ou ainda, será que eles ao menos tem noção da importância dela? É fato que existe uma segregação social nas escolas brasileiras. Alunos oriundos de escolas particulares tem acesso à educação em seu completo potencial. Entretanto, alunos de escolas públicas são submetidos à um sistema que oferece escolaridade, mas não educação. Portanto, faz-se necessária uma pesquisa (sim, ela novamente!) que revele o nível de uso de pesquisa como princípio acadêmico nas escolas elementares e médias brasileiras, especialmente em escolas públicas.

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